Entender o que é análise fundamentalista é essencial se você quer começar a investir em ações com segurança. Afinal, através dessa análise, você entenderá melhor os negócios da bolsa e poderá escolher os melhores investimentos.
Neste artigo, você entenderá o que é análise fundamentalista e quais são os principais pontos utilizados para avaliar um negócio listado na bolsa de valores.
Além disso, irei falar sobre quais são os fatores que eu utilizo em minhas análises, coisa que só disponibilizava em meu Curso Online.
Para facilitar a sua navegação, dividi este artigo completo em vários tópicos:
- O que é análise fundamentalista?
- Aspectos quantitativos x qualitativos
- Fatores importantes a se analisar
- Como utilizar essa análise ao avaliar ações da bolsa?
- Análise fundamentalista x Análise técnica
- Por que é a melhor forma de analisar um negócio?
- Relação com Buy and Hold
- Quais os fatores mais importantes na minha opinião?
- Cuidados com a análise
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O Que É Análise Fundamentalista?
Essencialmente, a análise fundamentalista é aquela que você observa os números do negócio que você está estudando. Ou seja, você analisa os fundamentos do negócio.
Existem alguns investidores no mercado que optam por uma análise de gráficos. Mas, não dá nem para imaginar pessoas como o Warren Buffett fazendo algo parecido com isso, né?
Os maiores investidores do mundo não perdem seu tempo observando gráficos, pois sabem que ao analisar os números das empresas poderão se tornar sócios de boas empresas.
Assim, este é o melhor caminho para você ter sucesso na Bolsa de Valores.
No curto prazo, as Ações possuem um comportamento até irracional. Porém, no longo prazo, o valor das ações seguem o lucro das empresas.
Para pra pensar: tem como uma empresa lucrar cada vez mais no longo prazo e valer cada vez menos? Seria até estranho um negócio lucrar muito ano após ano e valer menos com o tempo.
Por outro lado, se o negócio se afunda em prejuízos e mais prejuízos no longo prazo, também é muito difícil que venha a valer cada vez mais, não é?
Nem sempre é assim, mais um motivo de se usar a análise fundamentalista…
Logicamente, estamos em um período onde diversas empresas tomam empréstimos e operam sob prejuízo. Isso, pode até fazer uma empresa ter prejuízos e valer mais.
Ou seja, empresas como a Uber, a Netflix e aqui no Brasil o próprio Nubank, ficaram (ou ainda ficam) por muito tempo tendo prejuízos.
As empresas até aumentam suas receitas. Mas, investem tanto dinheiro na expansão dos negócios, que ainda assim conseguem operar em prejuízo.
Por isso, o mercado pode imaginar que no futuro, as empresas terão resultados melhores e passarão a dar lucros cada vez maiores.
Porém, não há garantia de que é isso que vai acontecer no longo prazo.
O preço das ações é definido pela expectativa futura do mercado ajustado ao risco que o mercado considera que determinado ativo tem.
Dessa forma, quanto mais lucro uma empresa tem hoje, maiores são as chances dela ter um risco menor e de continuar tendo bons resultados no futuro.
Por exemplo, as Ações da Ambev são, na minha opinião, investimentos seguros se analisarmos que a empresa possui mais dinheiro em Caixa do que dívidas no mercado.
Essencialmente, você já deve ter sacado também que não é só o lucro da empresa que devemos analisar para entender o funcionamento do negócio.
Assim, a análise fundamentalista é feita analisando diversos fatores que estão relacionados ao negócio, como o nível de endividamento, vantagens competitivas da empresa e as suas margens.
Então, vamos entender agora a diferença entre aspectos quantitativos e aspectos qualitativos numa análise fundamentalista.
Aspectos Quantitativos x Qualitativos
Essencialmente, existem 2 formas de você avaliar um negócio e compará-lo com seus concorrentes.
Primeiro, gostaria de deixar claro que não faz o menor sentido você comparar empresas de setores diferentes, como o Banco Itaú e a Engie, que é do setor de energia.
Cada setor possui suas próprias características e, portanto, tem particularidades que só podem ser comparadas entre empresas concorrentes.
Quando você compara o lucro líquido de dois bancos, você está comparando as empresas através de um aspecto quantitativo.
Afinal, é possível inferir muita coisa olhando apenas para os números dessas empresas, como:
- quantidade de clientes e tamanho da carteira de crédito
- investimentos realizados em tecnologia
- dividendos distribuídos no último ano
Porém, existem muitos fatores qualitativos que você também precisa avaliar.
Quanto vale para a Apple ter clientes tão apaixonados com a empresa ao redor de todo o mundo? Tem como você comparar a paixão pela Apple com a paixão de clientes concorrentes?
Basicamente, você pode até procurar por fatores quantitativos para buscar melhorar essa comparação, como a quantidade de clientes que só utilizam a marca, quantas vezes já compraram da empresa, etc.
Porém, existem alguns fatores que são importantíssimos e que você não pode desconsiderar ao avaliar um negócio, como a força da marca de uma empresa.
O Caso do Buffett
Quando Buffett começou a investir, ele olhava apenas para os números dos negócios. Naquela época, conseguia comprar empresas por um valor menor do que os dividendos que ele recebia pouco tempo depois!
Mas, com o passar do tempo, essas pechinchas sumiram do mercado. Então, Charlie Munger, seu sócio e vice-presidente da Berkshire hoje, o ajudou a avaliar aspectos qualitativos também…
Não é atoa que o Buffett é hoje o maior acionista individual da Coca Cola!
Ou seja, para que uma análise fundamentalista seja profunda e selecione as melhores empresas, deve-se olhar os números dos negócios e, principalmente, valores ocultos nos relatórios anuais.
Portanto, recomendo fortemente que você procure as 5 Forças de Porter ao analisar uma empresa que está listada na bolsa de valores…
Então, vamos entender melhor quais são os indicadores que você deve ter atenção em uma análise.
Fatores importantes em uma Análise Fundamentalista
Existem diversos fatores que você precisa analisar antes de decidir comprar uma ação e se tornar acionista daquele negócio.
Porém, os fatores que eu vou explicar aqui estão presentes na maioria das empresas, mesmo que em setores tão diferentes.
São fatores importantes numa análise fundamentalista, mas não se restrinja apenas aos que irei abordar por aqui, já que cada setor tem uma natureza diferente.
Lucro Líquido (Recorrente)
O lucro é o que vai colocar dinheiro no seu bolso no longo prazo, não tem jeito.
Basicamente, existem duas formas de você ganhar dinheiro com ações através de uma análise fundamentalista.
Primeiramente, pela valorização do negócio, já que as ações que você comprou vão ficar mais caras e você, consequentemente, terá um patrimônio muito maior. Essa eu já havia explicado.
Segundo, através da distribuição de Dividendos por parte das empresas que você é sócio, já que no Brasil as empresas são obrigadas a dividirem pelo menos 25% de seus resultados.
Dessa forma, ou você ganha com a valorização ou você ganha com os dividendos, mas as duas formas de ganhar dinheiro na bolsa vêm dos lucros das empresas.
Automaticamente, quanto mais uma empresa lucra, maior é a sua valorização e maiores são suas distribuições de lucros através dos dividendos.
O lucro é, sem dúvidas, um dos fatores mais importantes numa análise fundamentalista, até porque é dele que virá a Renda Passiva de nossos investimentos.
Porém, não paramos por aí.
Você precisa procurar por lucros recorrentes quando for analisar um negócio que está listado na bolsa, porque isso vai te passar muito mais segurança.
Empresas que lucram há pelo menos 4 anos seguidos são as melhores opções para você evitar imprevistos nos seus investimentos.
Afinal, de que adianta uma empresa ter um ótimo lucro em um ano e logo no ano seguinte ter péssimos resultados?
Entenda o lucro, mas busque lucros recorrentes quando for estudar uma empresa da bolsa.
Tag Along
Outro indicador importantíssimo, e que muitas vezes é deixado de lado pelos investidores que estão começando é o Tag Along.
Em outro artigo do blog, expliquei detalhadamente O Que É Tag Along e como ele impacta as nossas análises de negócios da bolsa.
Mas, basicamente, o Tag Along é um mecanismo de proteção aos acionistas minoritários.
Se um negócio vem a ser vendido no futuro, este mecanismo faz com que os minoritários recebam uma porcentagem do valor de venda que os donos usaram no negócio.
Assim, se uma empresa tem 100% de Tag Along, os menores acionistas recebem 100% do valor que os donos da empresa vão receber em uma possível mudança de controle acionário.
Ou seja, você, como acionista minoritário, garante uma proteção em caso de mudança dos controladores da empresa.
Mais importante do que a própria proteção, é a empresa se preocupar com seus menores acionistas.
Afinal, se ela não pretende vender o negócio e de fato se preocupa com os pequenos acionistas, por que ela não teria o Tag Along?
Lembrando que 100% de tag along é uma exigência para a listagem de empresas no Novo Mercado, segmento de maior governança corporativa da B3.
Endividamento
O endividamento é um fator muito complicado de se analisar.
Basicamente, se endividar é ótimo para as empresas, desde que isso seja feito de uma forma saudável para o negócio.
Quando uma empresa contrai dívidas, ela financia seus projetos com o dinheiro de terceiros, ganhando muito mais escala para investir.
Além disso, existe também o benefício fiscal de uma dívida. Pois, antes de pagar os impostos, a empresa precisa pagar os credores, abaixando assim o valor que pagaria de impostos.
Digamos, por exemplo, que duas empresas fizeram um projeto parecido, mas a empresa A financiou o projeto sozinha e a empresa B pegou empréstimos.
O projeto de cada uma custou 100 mil reais e deu um lucro de 25 mil reais para cada, mas a empresa B pegou 50 mil de empréstimos para financiar o projeto, a uma taxa de empréstimo de 5%.
Assim, a empresa A investiu 100 mil e teve retorno de 25 mil e a empresa B pegou 50 mil emprestados a uma taxa de 5% ao ano e também teve retorno bruto de 25 mil.
Dessa forma, considerando um imposto de 34%, a empresa A teria que pagar R$ 8.500,00 e teria um lucro líquido de R$ 16.500,00.
Como ficaria o resultado da empresa B? Ela pagaria 2.500 reais de juros para os credores, tendo um resultado bruto de 22.500 reais.
Ou seja, sobre este valor a empresa B pagaria os mesmos 34% de impostos, que custaria R$ 7.650 para ela, gerando um lucro líquido de R$ 14.850,00.
A empresa deixa de pagar impostos
Então, a empresa B pagaria R$ 8.500, mas pagou somente R$ 7.650, deixando de pagar R$ 850 de impostos.
Assim, diminuindo R$ 2.500 dos R$ 850 que ela deixou de pagar, fica um custo de R$ 1.650,00. Dividindo 1.650/50.000 que ela pegou de empréstimo, seu custo sai de 5% para 3,3% ao ano!
Há uma redução no custo da dívida de 34%, fazendo ela captar dinheiro mais barato no mercado por causa do benefício fiscal das dívidas.
Além disso, é válido lembrar que parar ter um lucro de R$ 14.850,00 a empresa B utilizou do seu caixa apenas 50 mil, enquanto a empresa A utilizou 100 mil para ter um lucro de R$ 16.500,00.
O endividamento dá escala para a empresa. Pois, apesar de você ter limite para investir seu próprio dinheiro, não há limite para utilizar dinheiro de outras empresas.
Porém, é preciso avaliar se o endividamento está saudável e se a empresa está investindo esse dinheiro em bons projetos.
Afinal, se a empresa se endividar demais, ela passa a oferecer muito mais risco e pode ter grandes problemas em um futuro próximo.
Market Share
Essencialmente, este é um fator importantíssimo e passei a olhar ele com bons olhos depois de acompanhar o conteúdo do Fábio Holder, do Canal do Holder.
O Market Share mede quanto do mercado determina empresa possui, sendo uma vantagem enorme frente aos concorrentes.
Primeiramente, uma empresa que é líder e domina o seu mercado, normalmente possui mais canais de distribuição para seus produtos.
Assim, mesmo que não tenha o melhor produto, ela consegue escala e ganha muito mais dinheiro por atender a demanda do mercado.
Além disso, uma empresa que é líder, tende a ter uma marca forte e pode cobrar muito mais por seus produtos, tendo um percentual de lucro maior que os concorrentes.
Isso, vai fazer não só a empresa continuar na liderança do mercado, mas também passar por crises de forma muito mais tranquila.
Nem sempre você vai encontrar qual é o market share da empresa que você está analisando, mas existem formas de você entender os resultados da empresa.
Se o mercado que a empresa está inserida cresce 12% e ela cresce apenas 7%, ela perdeu market share, já que seus concorrentes cresceram mais que ela.
A minha dica é que você dê atenção especial a empresas que são líderes de mercado, porque tendem a vender mais e com melhores preços, sendo ótimos investimentos.
Margem Líquida
A margem líquida é quanto das vendas da empresa vira de fato lucro líquido e vai para o caixa da empresa, para calculá-la, basta dividir o lucro líquido pela receita líquida do negócio.
Assim, empresas que possuem altas margens líquidas, são empresas que normalmente geram mais caixa e possuem mais vantagens em comparação aos seus concorrentes.
Basicamente, não deve-se esquecer que a comparação entre dois negócios só devem ser realizadas quando os dois estão no mesmo setor.
Afinal, a margem líquida do setor varejista é absurdamente menor do que a margem líquida que os bancos e as empresas do setor de energia conseguem ter no Brasil.
Dessa forma, este indicador é uma boa referência para saber se a empresa está conseguindo gerar valor ao negócio e, principalmente, transformar vendas em lucros.
Se duas empresas tem um produto parecido, mas uma consegue uma margem líquida maior que a outra, isso significa que ela tem muito mais vantagens.
Assim, leve sempre em conta a margem líquida em uma análise fundamentalista.
Payout
Outro indicador essencial em uma análise fundamentalista é o Payout.
O Payout é a porcentagem de lucro da empresa que de fato foi repassada aos acionistas através da distribuição de dividendos.
Assim, se uma empresa tem lucro de 100 milhões de reais e distribui 30 milhões de reais como dividendos, ela possui um payout de 30%.
Como falei anteriormente, as empresas no Brasil são obrigadas a distribuírem pelo menos 25% de seus resultados como dividendos.
Ou seja, através do payout é possível entender a estratégia de distribuição de lucros e reinvestimentos por parte do negócio que você tá analisando.
Afinal, o que a empresa faz (de forma geral) com o dinheiro que ela não dividiu com seus acionistas? Ela reinveste.
Então, não é porque uma empresa distribui muitos dividendos que ela está utilizando uma boa estratégia, pois quando ela faz isso, automaticamente ela deixa de reinvestir.
Ou seja, o ideal é que empresas maduras, que já não têm para onde crescer, tenham um payout maior do que empresas que ainda estão crescendo.
A Fleury, por exemplo, é um caso de uma empresa que na minha opinião poderia reter mais lucros para reinvestir em seus negócios.
Assim, ao invés de procurar apenas por empresas que distribuem muitos dividendos, procure entender melhor a estratégia por detrás do payout que ela utiliza.
Lembre-se: análise fundamentalista é feita para entender completamente um negócio que você se tornará sócio por longos períodos de tempo, através do Buy and Hold.
Como utilizar essa análise ao avaliar ações da bolsa?
Para realizar uma análise fundamentalista, recomendo que você siga 2 etapas, que são extremamente importantes para o investidor.
A primeira etapa é fazer uma separação superficial das empresas que você pode investir daquelas que você nunca investiria.
Particularmente, eu não invisto em nenhuma empresa que tenha o governo no meio, pois não considero me tornar sócio de uma empresa que dependa dele.
Eu não estou recomendando que você faça isso, só estou mostrando que todos nós teremos algumas premissas que não vão ser deixadas de lado.
Da mesma forma, não tenho interesse em investir em varejistas, pois acredito que o mercado tem alta concorrência e não possui diferenciais competitivos.
Dessa forma, por que eu perderia tempo analisando as empresas que estão enquadradas nestas duas premissas que eu tenho, se não vou investir nelas de jeito algum?
Ou seja, crie suas próprias premissas e faça uma análise superficial das empresas disponíveis para ir filtrando as que você pode investir.
Em um site como o fundamentei.com, você consegue ver diversos indicadores das empresas e até fazer uma comparação superficial entre elas.
Esse primeiro passo é importante para você otimizar a sua análise e não perder tempo com empresas que você não investiria de jeito nenhum.
Por exemplo, se eu vejo no site do Fundamentei que uma empresa não tem lucro há pelo menos 4 anos consecutivos, já sei que não vou investir nela.
Segunda Etapa da minha Análise Fundamentalista
Na segunda etapa, eu recomendo que você separe boas empresas de diferentes segmentos e consulte o site de Relações com Investidores (RI) delas.
Basta fazer uma consulta simples no Google: “Nome da empresa + RI”:
No RI da empresa, você encontrará todas as informações de forma aprofundada sobre o negócio, para que você possa tomar melhores decisões.
Recomendo que além dos indicadores que eu comentei anteriormente, você dê atenção especial aos Fatores de Riscos, que está em Arquivos CVM.
Todas as empresas são devem divulgar quais são os fatores de riscos que os investidores estarão suscetíveis quando se tornarem acionista da empresa.
Assim, analisar este documento com calma é uma boa forma de você entender melhor as dificuldades que o negócio pode enfrentar no longo prazo.
Um erro que muitas pessoas cometem é analisar as empresas apenas por sites superficiais como o fundamentei, que são ótimos, mas não substituem o RI das empresas.
Então, com acesso aos sites de RI das empresas que você mais gostou, recomendo que você leia todo o relatório anual do último ano.
Particularmente, não fico vendo resultados trimestrais, porque acredito que isso tomaria muito tempo e eu não tenho intenção de me tornar um investidor profissional.
Uma análise anual, desde que bem feita, vai ser satisfatória e vai te impedir de investir em negócios ruins.
Principalmente, porque você já filtrou as empresas que você sabe que não irá investir, o que é imprescindível para gerir riscos e saber aonde você está pisando.
Assim, uma vez por ano eu faço uma análise fundamentalista dos negócios que sou sócio, para entender como foi o último ano dessas empresas.
Análise fundamentalista x Análise técnica
Existem muitas diferenças entre uma análise fundamentalista e uma análise técnica, sendo a última, utilizada para especulações de curtíssimo e curto prazo.
Normalmente, a análise técnica é utilizada para identificar padrões nos gráficos da bolsa de valores e buscar um ganho diário ou semanal com essas oscilações
Há muita “propaganda” para análises técnicas, pois é onde de fato as corretoras fazem dinheiro, já que ganham tanto na corretagem quanto no spread das negociações.
Apesar de algumas corretoras oferecerem taxa 0 de corretagem, nem sempre a taxa 0 vale para operações de day trade, por exemplo.
Assim, como Pesquisadores da FGV fizeram um estudo provando que mais de 90% dos que tentam viver de day trade, têm insucesso, não vejo motivos para se utilizar uma análise técnica.
As empresas são meios de enriquecimento apenas quando você investe para longo prazo, utilizando de fundamentos para escolhê-las.
Afinal, quando você faz operações de curto prazo, você está praticamente lidando com uma aleatoridade, como se estivesse jogando uma moeda para cima.
Outra grande desvantagem da análise técnica, é que ela desconsidera absolutamente todas as características que citei sobre a análise fundamentalista.
Ou seja, não importa se uma empresa está tendo prejuízos ou mesmo enfrentando uma recuperação judicial, já que ela pode oferecer ganhos de curto prazo.
Particularmente, apesar de ter feito as minhas primeiras compras estudando análise técnica, hoje vejo que não há o menor sentido para isso.
Infelizmente, os iniciantes caem em armadilhas que são culturalmente incentivadas por instituições financeiras que os estimulam a isso.
Análise técnica, na minha opinião, não passa de mais uma armadilha que você pode cair ao investir em um negócio.
Afinal, se ações são uma forma de se tornar sócio de uma empresa, que sentido faria comprá-las e vendê-las se baseando em gráficos?
Por que é a análise fundamentalista é a melhor forma de analisar um negócio?
Não há outra forma de se analisar um negócio que tenha mais efetividade do que a análise fundamentalista e não é atoa que os maiores investidores do mundo a utilizam.
Warren Buffett, Jeff Bezos, Bill Gates e companhia investem seus bilhares de dólares em ações de diversas empresas, não só as que fundaram/administraram.
Portanto, você consegue imaginar algum desses bilionários analisando gráficos para escolher quais serão seus investimentos?
Basicamente, a análise fundamentalista perdeu muita força no Brasil por conta da educação financeira que as corretoras incentivam.
Afinal, quase todas as pesquisas que você realiza no Google, ou você cai em um artigo de uma corretora ou cai em um artigo de uma pessoa que é bancada por corretoras.
Dessa forma, através da educação elas conseguem vender a ganância para investidores iniciantes, que acreditando que ficarão ricos em pouco tempo, gastam centenas ou até milhares de reais na jornada.
Consequentemente, acabam por perder dinheiro, chegando até a casos extremos, de pessoas que tiraram as próprias vidas por insucesso nesses investimentos.
Ainda que a análise técnica tivesse sentido ou validade, ela com certeza não seria a forma mais saudável de você investir o seu dinheiro.
Day Trade é uma operação que não dá lucro, comprovada inclusive pela pesquisa que já citei aqui, mas que ainda é utilizada para vender cursos por aí.
Não é atoa que “grandes nomes” do day trade ganham mais dinheiro com cursos do que fazendo operações mirabolantes de mais de 1% ao dia.
Inclusive, tem analista de corretora famosa atualmente vendendo cursos com a seguinte promessa: “Faça parte dos 5% que vivem de day trade”.
Assim, concentre-se em aumentar a sua renda e poupar cada vez mais dinheiro, conseguindo multiplicá-lo no mercado financeiro através de investimentos de longo prazo.
Essa é a “fórmula mágica” do enriquecimento.
Relação com Buy and Hold
O Buy and Hold é uma estratégia de comprar e manter as ações das empresas por um longo período de tempo, muito utilizada pelos maiores investidores do planeta.
Dessa forma, a análise fundamentalista tem uma relação direta com o Buy and Hold, porque a maioria dos investidores que a utilizam, tem um foco no longo prazo.
Existem algumas variáveis dentre as pessoas que utilizam o buy and hold para comprar suas ações.
Por um lado, existem aquelas que nunca irão vender suas ações, independente do que venha a acontecer com os negócios.
Por outro, existem investidores que vendem suas ações caso observem alguma mudança drástica nos fundamentos ou na própria gestão da empresa.
Particularmente, tento me expor ao menor risco possível ao investir na Renda variável, tentando evitar investir em empresas que podem me dar problemas no futuro.
Assim, meu pensamento hoje é de nunca vender as ações que já comprei.
Porém, como não invisto há décadas, neste ponto não tenho uma decisão firmemente formada, já que nunca pude ver uma empresa perder seus fundamentos por exemplo.
Acredito que venderia as ações em algum caso extremo, como problemas relacionados à corrupção, que colocam em cheque a gestão da empresa.
Afinal, na minha opinião existem valores que são inegociáveis no mercado e recentemente vimos diversos problemas assim em empresas conhecidas de nosso país.
Este é mais um dos motivos que utilizo para evitar qualquer tipo de negócio que tenha envolvimento com o governo.
Cuidados com a análise fundamentalista
Existem alguns cuidados que muitos investidores iniciantes deixam de lado quando vão fazer uma análise fundamentalista.
Primeiramente, evite investir em um negócio que você nunca analisou profundamente, através de uma leitura de todo o seu site de RI.
Infelizmente, muitas pessoas estão entrando na bolsa de maneira precoce e esquecem de avaliar o negócio antes de investir.
Além disso, não invista em renda variável antes de criar o seu Fundo de Emergência.
O fundo de emergência deve ser criado independente da sua renda ou do seu nível de conhecimento sobre o Mercado Financeiro.
Afinal, através dele iremos nos proteger de todas as eventualidades que estamos suscetíveis, como o desemprego, problemas em nossos negócios próprios e questões de saúde.
Assim, destine pelo menos 6 meses de seus gastos para um investimento com liquidez diária, que tenha segurança e te pague mais do que a poupança.
O Tesouro Selic é uma ótima pedida para você montar seu fundo de emergência e é aonde eu invisto para este fim atualmente.
Portanto, saiba que a Renda Fixa, independente do valor da Taxa Selic, sempre terá lugar em sua carteira de investimentos.
A ganância é uma das maiores culpadas de termos tantos investidores perdendo dinheiro no mercado.
Se você deseja dar um passo além nestes conceitos e contar com o meu acompanhamento até a sua liberdade financeira, tenho um convite pra te fazer.
Eu dei uma aula gratuita falando sobre os 5 pilares que você precisa para atingir a SUA liberdade financeira.
Basicamente, falei dos investimentos que você vai precisar investir – e qual a melhor forma de fazer cada um desses investimentos.
E no final da aula, falei sobre o meu programa online, que tem como um dos bônus Acompanhamento pelo Whatsapp e está com as vagas abertas.
Se quiser assistir a aula e conhecer o meu método, basta acessar o link abaixo:
QUERO ASSISTIR A AULA AGORA MESMO
Conclusão
Neste artigo, você viu o que é análise fundamentalista e quais são os indicadores que você deve se atentar para escolher uma ação.
Além disso, viu quais são os cuidados e como de fato eu utilizo esses fatores para evitar investir em negócios ruins que podem me fazer perder dinheiro no longo prazo.
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AGORA É COM VOCÊ!
Qual vai ser o seu primeiro passo após essa leitura? Já tem alguma empresa que você observa de longe e vai fazer uma análise mais minuciosa antes de investir? Comenta aqui embaixo e me fala!