5 Forças de Porter: Analisando Ações

5 forças de porter

Entender as 5 Forças de Porter é essencial para quem quer analisar ações. Afinal, através dessa ferramenta você vê forças e fraquezas de um negócio.

Neste artigo, você entenderá o que são as 5 forças de Porter e como utilizá-las para analisar uma empresa listada na Bolsa de Valores.

Para facilitar sua navegação, resolvi dividir este artigo em tópicos:

  • O Que São as 5 Forças de Porter?
  • Poder de Barganha com os Fornecedores
  • Poder de Barganha com os Clientes
  • Produtos Substitutos
  • Rivalidade entre Concorrentes
  • Entrada de Novos Concorrentes
  • O Que EU Avalio em Uma Ação?
  • Quais São os Cuidados ao Investir em Ações?

Este artigo é completo. Caso queira baixá-lo para ler quando quiser, insira seu email aqui embaixo:

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O Que São as 5 Forças de Porter?

Baseado na competitividade entre empresas, Michael Porter desenvolveu uma teoria para analisar o quão forte uma empresa é.

Em sua tese, ele defende que existem 5 principais pontos, que eu irei discorrer de forma mais profunda ao longo do artigo:

  • Poder de Barganha com os Fornecedores
  • Poder de Barganha com os Clientes
  • Produtos Substitutos
  • Rivalidade entre Concorrentes
  • Entrada de Novos Concorrentes

Assim, diante do nosso tema por aqui, que é Mercado Financeiro, analisar as empresas através das 5 forças de Porter é um grande diferencial.

Isso, porque a maioria dos investidores tem um olhar apenas para os fatores numéricos das empresas.

Este é um erro fatal, que inclusive foi cometido por Warren Buffett, antes que ele conhecesse seu sócio e vice presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger.

Munger foi quem abriu os olhos de Buffett para o fato de que muitas vantagens competitivas das empresas não estão em seus relatórios.

Afinal, qual é o valor da marca de uma empresa como a Apple? Quanto vale para a Ambev ter mais de 50% de seu mercado?

Assim, as empresas têm diversos bens intangíveis, vantagens que às vezes não podem ser analisadas em seus relatórios.

E com a estratégia de Porter, avaliando as 5 forças que ele sugere, você poderá ter uma visão maior sobre como a empresa se porta em seu setor.

Além disso, é possível conhecer melhor os riscos que você estará exposto ao se tornar sócio de uma empresa ao comprar suas Ações.

Vou explicar melhor cada uma das 5 forças de Porter e como você pode avaliá-las em uma análise.

Poder de Barganha Com os Fornecedores

A primeira força que eu vou tratar aqui é o Poder de Barganha com os fornecedores.

Basicamente, muitas empresas possuem pouco poder de barganha com os seus fornecedores, o que é uma baita desvantagem.

Afinal, se uma empresa não consegue negociar com seus fornecedores, em períodos de crise ela pode ter ainda mais dificuldade.

Principalmente, se esta empresa trabalha com produtos ou serviços com alta sazonalidade.

Outro ponto importante a se avaliar, é o tamanho que a empresa representa no mercado que ela está inserida.

Pensa comigo: se uma empresa tem milhões de concorrentes no mercado, é mais fácil ou mais difícil negociar com os fornecedores?

Em mercados assim, os fornecedores conseguem exercer uma grande pressão nos preços e condições, já que podem escolher.

A Fleury, por exemplo, que compra equipamentos médicos, é relativamente grande em um mercado com poucos consumidores.

Dessa forma, ela consegue barganhar bons preços e boas condições com seus fornecedores, já que seu tamanho a permite fazer isso.

Uma boa dica para avaliar esta força é pensar se o fornecedor precisa mais da empresa que você está avaliando do que ela dele.

É lógico que os dois precisam um do outro, mas qualquer assimetria nestes casos pode ser um sinal importante.

Normalmente, empresas que conseguem negociar bem com os seus fornecedores conseguem oferecer bons negócios aos seus clientes.

Certa vez ouvi uma frase que vale para este caso: “Você faz uma boa venda na compra!”.

Além do tamanho da empresa no mercado, observe se ela faz compras com escala junto aos fornecedores.

Quanto maior a quantidade comprada, maior é a chance de conseguir comprar com bons preços.

Poder de Barganha Com os Clientes

Outra força avaliada como essencial por Michael Porter é o Poder de Barganha com os clientes.

Provavelmente, agora, após ter lido o poder de barganha com os fornecedores, você já deve ter entendido o que é essa força.

Basicamente, este fator avalia se a empresa que você vai analisar consegue negociar com seus clientes.

A Magazine Luiza, por exemplo, é uma empresa que na minha opinião não possui essa força.

Afinal, ela vende praticamente os mesmos produtos que as suas concorrentes, diferenciando-se quase que somente pelo preço.

É lógico que o lado digital da empresa é muito forte e foi o que fez ela se destacar entre as demais.

Mas, se você vai ao shopping comprar um eletrodoméstico, muito provavelmente dará prioridade aos preços praticados.

Dessa forma, a empresa não consegue negociar facilmente com os seus clientes, o que faz com que a sua margem (e a de todo varejo) seja baixa.

Por outro lado, quando você avalia empresas como a Apple e a Starbucks, isso é muito diferente.

Afinal, não importa o preço que o novo iPhone terá, existem milhões de pessoas que só usam iPhone.

O mesmo acontece com a Starbucks, que praticamente transformou uma commodittie em um produto diferenciado.

Particularmente, me assusto com a quantidade de pessoas dispostas a pagarem 10 reais em um cafezinho em suas lojas.

O Poder de Barganha com os clientes é muito importante, pois garante uma vantagem única no mercado.

Existem empresas em mercados extremamente competitivos e que conseguem se diferenciar por conta disso.

Não deixe de avaliar este ponto em suas análises!

Produtos Substitutos

Outra grande força que você pode avaliar em uma empresa é se ela corre o risco de ter produtos substitutos no mercado.

O exemplo mais clichê que eu poderia dar aqui é o da Kodak, que era uma das maiores empresas do mundo e parou no tempo.

Para se ter uma ideia, em 1976 mais de 50% das câmeras e filmes eram vendidas pela empresa.

Hoje, ela perdeu muito espaço e coleciona uma série de fracassos em suas tentativas de retomar bons resultados.

A verdade é que com o avanço da tecnologia e da concorrência nos mercados, essa força se tornou ainda mais importante.

O aumento de invenções e inovações hoje faz com que muitas empresas corram o risco de verem produtos substitutos no mercado.

Porém, um exemplo que tem essa força de Porter e que na minha opinião não corre muito esse risco é o Banco Itaú.

O setor financeiro é extremamente necessário e é muito difícil substituir os produtos e serviços oferecidos pelos bancos.

Provavelmente, daqui séculos existirão pessoas tomando empréstimos no mercado financeiro.

Isso, faz com que haja uma grande solidez no setor financeiro, que eu vejo como um dos mais rentáveis em nosso país.

Não é atoa que os bancos brasileiros têm um retorno médio que é quase o dobro dos bancos americanos.

Apesar de surgirem novas instituições no mercado, a vantagem dos grandes bancos é tão alta que dificilmente sofrem impacto.

Afinal, ainda que seus retornos diminuam e não sejam mais os mesmos de anos atrás, eu acredito que ficarão bem acima da média.

Rivalidade Entre Concorrentes

A quarta força de Porter que irei falar aqui é a Rivalidade entre concorrentes dentro de um mercado.

Normalmente, se você conhece alguém que tem um pequeno negócio, você já deve ter ouvido reclamações sobre concorrência.

A verdade é que quanto maior a concorrência e rivalidade entre concorrentes, menores são as chances de se diferenciar no mercado.

Particularmente, acredito que essa era uma grande fraqueza do setor de pagamentos e maquininhas no Brasil.

Afinal, a guerra de preços literalmente destruiu o valor que essas empresas conseguiam agregar no mercado.

Hoje, as taxas caíram bastante, porque como o mercado tem pouca diferenciação, a rivalidade entre concorrentes é muito alta.

Assim, essa força de Porter precisa ser avaliada com muito cuidado, pois até mesmo a empresa líder de um setor fraco neste fator pode passar por dificuldades.

A verdade é que quanto mais o tempo passa, mais competitivo todos os mercados ficam.

Porém, como investidores devemos buscar empresas que se diferenciam e não estão sujeitas a esta guerra.

Por exemplo, sobre a Starbucks, empresa que citei anteriormente… Quais são seus principais concorrentes hoje? Você consegue pensar de forma rápida?

Bem difícil.. Então, vamos pensar no concorrente do Google, você consegue pensar facilmente em um?

Ainda que o mercado esteja crescendo muito e a concorrência fique mais acirrada com o tempo, existem empresas que têm essa força de Porter.

Dessa forma, uma ótima forma de escolher ações na bolsa de valores é procurar entender a rivalidade entre os concorrentes do setor.

Entrada de Novos Concorrentes

A quinta e última força de Porter que podemos utilizar em análises da Bolsa de Valores é a Entrada de Novos Concorrentes.

Se a empresa que você vai estudar está em um mercado que é de fácil entrada de novos concorrentes, essa é uma grande fraqueza.

Então, qual é a minha dica por aqui? Procure setores que exigem alto investimento para entrada ou alta expertise sobre o assunto.

Assim, você estará investindo em empresas que não estão suscetíveis a fácil entrada de novos concorrentes.

Por exemplo, quando falamos da Engie, empresa do setor elétrico, vemos que para uma empresa iniciar neste setor, ela precisa começar bem estruturada.

O investimento para você ter parques eólicos, por exemplo, é altíssimo!

Além disso, é necessário uma expertise no ramo, para que toda a estrutura seja adequada e opere com eficiência.

É muito difícil que pequenos empresários comecem negócios no setor de energia elétrica.

E se começam, com certeza terão uma infraestrutura muito pequena, quase não afetando empresas como a Engie.

Porém, se vamos falar da criação de uma loja de roupas e calçados, sabemos que isso é muito diferente!

Afinal, muitas pessoas abrem lojas assim todos os dias e o investimento inicial não é muito alto.

Por isso, você sempre tem que avaliar o subsetor da empresa, para entender como ela se posiciona dentro do setor.

Por exemplo, se falamos da Grendene, ela não tem uma fraqueza nesta força de Porter, porque ela é fabricante.

Apesar do custo de abrir lojas de calçados ser baixo, o custo para abrir uma fábrica de calçados não é.

Principalmente, porque neste setor além da expertise você precisa ter uma estrutura enxuta, para concorrer com as grandes referências do mercado.

O Que EU Avalio em Uma Ação?

Estudar uma empresa da bolsa é uma tarefa estritamente pessoal, já que cada um tem um Perfil de Investidor.

Porém, acredito que alguns fatores devem ser analisados por todos os investidores, independente de seus perfis.

Afinal, o que vai mudar é a forma com que cada um vai entender esses indicadores e utilizá-los para a sua análise.

Assim, o primeiro ponto que eu acho muito importante que você analise é se a empresa tem Lucros Recorrentes.

Basicamente, o preço das ações no longo prazo segue os lucros das empresas. Ou seja, se você escolhe uma empresa que lucra, você tem bons resultados.

Infelizmente, a maioria dos investidores procuram caminhos rápidos para enriquecer na bolsa e não levam em consideração isso.

Outro ponto importante a analisar é se a empresa a ser estudada possui o Tag Along, mecanismo de proteção aos minoritários.

Isso, vai te ajudar a entender o nível de governança corporativa da empresa analisada.

Além disso, é importante avaliar o Payout, que é a porcentagem dos lucros que a empresa distribui.

Apesar de muitos investirem somente nas que pagam muitos dividendos, reter lucros pode ser uma ótima estratégia.

Afinal, retendo lucros a empresa consegue ter caixa para financiar outros projetos e lucrar ainda mais no futuro.

É relevante entender também o nível de endividamento da empresa, já que uma alavancagem alta pode causar problemas.

Inclusive, existem várias empresas que possuem mais caixa do que dívidas, passando muita segurança aos acionistas.

Você também pode ter uma atenção ao Ebitda da empresa e ao seu ROE, para entender se as margens estão altas.

Além disso, veja também vantagens competitivas. Inclusive, você pode usar as 5 forças de Porter para te ajudar.

Agora, vamos a alguns cuidados que você deve tomar ao investir em ações.

Quais São os Cuidados ao Investir em Ações?

Pode parecer que a bolsa de valores é uma mina de ouro, e eu realmente acredito que ela é.

Porém, antes de colher os frutos dos seus investimentos na Renda Variável, você precisa tomar alguns cuidados.

O primeiro deles é quitar todas as suas dívidas antes de começar a investir, ainda que seja em Renda Fixa.

Afinal, é quase impossível que os juros que você deve sejam menores do que os juros que você vai conseguir no mercado.

Então, depois de quitar as suas dívidas, o próximo passo é criar o seu Fundo de Emergência.

Através dele, você terá muito mais segurança para começar a investir, já que em caso de eventualidades você tem um dinheiro para te ajudar.

Depois disso, você irá investir na Renda Fixa todos os investimentos que você tiver um prazo de resgate definido.

Se vai investir para daqui x anos, use a renda fixa. Então, você pode investir em CDB, LC, LCI e LCA e Tesouro Direto.

Escrevi outros artigos, explicando o que são e porque não invisto em Debêntures e Fundos de Investimentos.

Dessa forma, depois de investir em renda fixa para tudo que tiver prazo, aí sim você investe em Ações e Fundos Imobiliários.

Particularmente, vejo que um grande erro cometido pelos iniciantes que me seguem no Instagram é não seguir este passo a passo.

Por isso, este é um dos maiores cuidados que tenho com os alunos do meu Curso Online, pois sei o quanto isso é importante.

Invista em renda variável apenas um dinheiro que não vai te fazer falta, pelo menos enquanto você está aprendendo.

Conclusão

Neste artigo, você entendeu quais são as 5 forças de Porter e como utilizá-las em uma análise na bolsa de valores.

Além disso, viu dicas práticas sobre como escolher ações e como ter cuidado ao investir na renda variável.

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AGORA É COM VOCÊ!

O que você achou sobre as 5 forças de Porter? Vai utilizar em suas análises na bolsa de valores? Comenta aqui embaixo e me fala!

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